30 abril 2011

Saindo do armário

Ninguém lê esse blog. O que me abre muito as portas pra dizer o que eu quiser, porque, mesmo que não leiam, está na internet, ou seja, se não sabem, não é culpa minha. Está aqui, está presente, e sou eu falando, berrando baixinho.
Sempre fui a favor dos direitos de toda a variedade sexual existente, que é infinita. Por variedade sexual, se inclui identidade sexual, sexualidade, apetite sexual, entre outros.
Sou a favor da igualdade em geral, mas isso não é o que quero dizer.
Sou sim bissexual (bom, mais pra pansexual, mas ainda é algo que eu não assimilei como deveria, estou acostumada com o termo "bissexual).
Sou cis, o que me facilita muita coisa.
Mas também sou algo meio complicado pras outras pessoas entenderem. Vejam bem, vivo em uma sociedade contraditória ao que vou dizer: sou polígama.
As pessoas entendem poligamia como algo ruim, privado de amor. Algo que, sei lá, pessoas "de países muçulmanos fazem", então, algo estranho pra nossa cultura.
Poligamia e monogamia são muito relacionados a Estados e religiões. Há os que permitem, os que não permitem e os que permitem apenas ao homem; mas as pessoas também são monôgamas e polígamas.
Muitas vezes, as polígamas se sentem erradas quando nascidas em um país monôgamo. Como eu. Até pouco tempo, eu achava que estar com meu namorado e ainda assim sentir algo por outras pessoas era ruim, e que era só saudade da época de solteira.
Tudo se encaixou quando conheci esse movimento. Eu não era errada nisso, eu queria MESMO conseguir apenas amá-lo. Digo, eu o amo de fato, mas falta algo.
Eu imaginava que tinha encontrado esse algo, mas ela é monôgama.
O mais bizarro de tudo é conseguir contar isso ao namorado. Digo, vai soar como se ele não fosse suficiente. Não é isso, sou eu a estranha dos dois. Sou eu quem precisa de algo mais.
E não pelos motivos que achei: necessidade daquele início romântico, alguma adrenalina na vida... não. É por eu ser polígama. Na minha cabeça faz todo sentido do mundo, mas duvido que alguém, que não seja como eu, entenda de fato. É como ser trans: nunca saberei o que é estar em um corpo errado. Não um corpo que eu odeie, mas errado, como se ele não me pertencesse, como se eu não me identificasse como eu em um espelho.
Enfim, algum dia eu terei coragem de olhar pra ele e pra todos e dizer isso.
Só não agora.
Não nesse momento.

17 fevereiro 2011

Retorno.

Falaê, seus lindos. Eu tinha abandonado completamente isso, mas ocorreu-me um momento nostálgico e mágico. I mean, eu queria aqui algo pra explanar e falar de coisas e fatos, por pura vontade de escrever.
Escrever faz bem.
Certamente, colocar em algum lugar o que eu penso durante o dia e venho remoendo, ou simples coisas que surgem na minha cabeça como um redemoinho estranhamente prazeroso é o que faz com que eu me sinta viva. Respirando. E querendo continuar assim.
Eu perdi minha veia humorística na guerra, agora tô na onda da filosofia.
De qualquer forma, esperem novas coisas de mim. A maior parte aleatória demais pra ser compreendida, mas beleza, tamo ae.


P.S.: Emo e Coelho eram más companhias. Parei de andar com eles. Isso se alguém se lembra deles.